Seleção sexual: A sobrevivência do mais sexy
No mundo animal, é fácil de reconhecer traços específicos que atraem o sexo oposto. Este é o caso, por exemplo, dos pavões machos e a sua cauda colorida. E se eu dissesse que isso também vale para os seres humanos?! Consegue imaginar quais são as características que tornam uma pessoa mais atraente aos olhos das outras? Neste artigo, vamos levar vocês em uma viagem para finalmente compreender o significado da expressão a sobrevivência do mais sexy e seleção sexual.
Seleção natural e sexual
Imaginamos que o conceito de “seleção natural”, ou “sobrevivência do mais apto”, proposto por Charles Darwin, é familiar para a maioria de vocês. Mas só para refrescar a memória: segundo esta teoria, em caso de mudança ambiental, a variedade da espécie melhor adaptada para sobreviver nestas novas condições naquele dado momento deixará mais “cópias de si” para as próximas gerações. Consequentemente, as características desta variedade são aquelas que perdurarão, e é assim que uma espécie evolve. Neste sentido, é fundamental notar que é o meio ambiente, não os indivíduos, que determina quais traços serão passados para frente.
No entanto, com o tempo, cientistas perceberam que alguns traços perduram numa espécie apesar de não trazerem benefício aparente em relação às condições ambientais. Voltemos ao exemplo do pavão… Como é possível que animais com uma cauda tão chamativa puderam sobreviver na natureza? Digo, porque essas caudas são praticamente uma isca para predadores!
A seleção sexual é a resposta!!
Diferentemente da seleção natural, que não tem propósito nenhum, a seleção sexual tem um bem claro! E por quê? Porque, no processo de acasalamento, os animais escolhem ativamente os seus parceiros com base nas características deles. Ou, mais precisamente, porque a beleza está nos olhos de quem vê! Então, no fim das contas, a seleção sexual é mais um mecanismo que influencia a evolução das espécies. Mas, diferente da seleção natural, neste caso, é mais uma questão de “sobrevivência do mais sexy”.
Seleção sexual nos humanos
Agora que já esclarecemos o que a seleção sexual é, vejamos como ela influenciou a evolução dos humanos.
Anatomia sexual
Quando comparamos humanos com outros mamíferos, algumas diferenças consideráveis entre os nossos corpos tornam-se aparentes. Mulheres, por exemplo, têm mamas muito maiores do que qualquer outro mamífero do sexo feminino. Além disso, nós somos os únicos primatas cujas fêmeas têm mamas permanentes. Por um lado, seios maiores não indicam nenhuma vantagem adaptativa. Por exemplo, não há nenhuma correlação entre o volume da produção de leite e o tamanho dos seios. Isso significa que nossos ancestrais masculinos achavam seios grandes mais atraentes do que pequenos.
Do mesmo modo, seres humanos do sexo masculino têm um pênis mais longo e grosso do que outros primatas e não têm osso no pênis, como a maioria dos primatas — prova de que não estou inventando. E, novamente, estas características não parecem resultar, em princípio, de uma vantagem em relação à sobrevivência sob pressões ambientais adversas. Por isso, aparentemente, a seleção sexual favoreceu esses traços de certa forma. E esses são apenas alguns exemplos de características físicas que temos hoje porque os nossos ancestrais as julgaram sexys demais para abrir mão delas.
Pode ser que alguns leitores ou leitoras ficaram um pouco preocupadas, mas calma! Aqui vão boas notícias para vocês: a seleção sexual nos humanos através da escolha de parceiros não se limita a características visíveis.
Comportamento humano
Em se tratando de humanos, vários comportamentos não podem ser retraçados a benefícios de sobrevivência. Este é o caso do senso de humor, habilidades linguísticas e outras capacidades humanas, como dança, música e artes em geral. Mesmo assim, eles existem e provavelmente evoluíram como marcadores de aptidão física que aumentam a competitividade dos indivíduos na hora de acasalar.
Não deixe de conferir o nosso artigo sobre a sexualidade feminina!
Por exemplo, há evidências empíricas de que homens usam palavras menos frequentes em contextos românticos do que fora deles. Isso quer dizer que o vocabulário pode ser usado como uma forma de exibição sexual. O mesmo pode ser o caso da música. Um outro estudo encontrou evidências de que, no pico do período fértil, mulheres apresentaram preferência sexual por homens capazes de criar músicas mais complexas. Então, em resumo, estas qualidades comportamentais podem ser consideradas adaptações no processo da conquista favorecidas pela seleção sexual.
Conclusão
Em espécies com reprodução sexuada, a escolha de parceiro pode propiciar a seleção de determinados genes tanto quanto mudanças ambientais. A diferença é que a seleção sexual não é tão aleatória quanto a seleção natural. Nos humanos, a seleção sexual é ainda mais complexa porque a decisão com relação aos parceiros não é completamente inconsciente, pois também é influenciada pela cultura. Mas, no fim das contas, isso é bom para nós como indivíduos.
Quer aumentar as suas chances com alguém? Comece por descobrir o que essa tal pessoa acha sexualmente atraente em outras pessoas 😉
